quinta-feira, 12 de abril de 2012

04. No Teatro: Ballet Giselle.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

REFERÊNCIA:

http://www.visaoarte.com.br/revista/post.php?id=789


Para entender o ballet Giselle é preciso conhecer sua história:

Primeiro ato.


Em uma pequena aldeia de camponeses, vive Giselle, jovem doce e humilde. No dia da festa da vindima, o fim da colheita da uva, a alegria de seu coração puro conquista o amor do duque Albrecht. Apaixonado, ele se veste de camponês e faz a corte à moça. Giselle, que acredita tratar-se apenas um rapaz da vila chamado Loys, apaixona-se por ele. Devido às diferenças sociais e por ser o noivo de Bathilde, a filha do Duque de Courland, esse amor jamais se realizará. Mesmo assim Albrecht mantém a farsa, alimentando as esperanças da jovem.

Entra em cena Hilarion, o jovem guarda-caças da vila, que também está loucamente apaixonado por Giselle. Ele tenta interromper o idílio, lembrando seu amor por ela. Mas Giselle, apaixonada por Loys, repele Hilarion, juntando-se alegremente às suas amigas e companheiros.

A chegada de uma grande comitiva de caça, encabeçada pelo Duque de Courland e sua filha Bathilde dá a Hilarion a oportunidade para se vingar, desmascarando seu rival durante a festa da aldeia, em que a jovem amada é coroada rainha da colheita. Surpreendida pela verdade sobre seu amado, Giselle, amargurada pela desilusão, começa uma dança frenética, enlouquece e suicida-se com a espada de Albrecht. Assim, termina a primeira parte.

Segundo ato



À meia noite, em meio a uma clareira na floresta, com árvores retorcidas e uma atmosfera de suspiros e lágrimas, se passa o baile mágico da Willis, espíritos de moças que morreram antes do dia do seu casamento. Para vingar-se, elas se reúnem e obrigam os rapazes que encontram pelo caminho a dançarem até a morte.

Neste lugar, Hilarion está de vigília na sepultura de Giselle. Surge uma sombra transparente e pálida. É Mirtha, a rainha das Willis. Em seguida surgem outras Willis, que se agrupam graciosamente em torno dela. Então, elas tiram Giselle de sua sepultura para iniciá-la em seus ritos. Albrecht chega trazendo flores e Giselle surge para ele, que tenta pegá-la, mas ela desaparece e ele sai à sua procura.

Neste momento, Hilarion é pego pelas Willis. Mirtha, a rainha, ordena que ele dance até à exaustão. As Willis começam então uma orgia alegre, dirigida por sua rainha triunfante, quando uma delas descobre Albrecht e o traz para o círculo mágico. Mas no momento em que Mirtha vai tocá-lo, Giselle se lança na frente de Albrecht, protegendo-o com a cruz de seu túmulo, até o momento em que surge a aurora, quebrando o poder da Willis.

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Há obras que são vistas, outras contempladas, e algumas sentidas. O Ballet Giselle envolve o sentir, o entregar, verbos mais intensos. É uma daquelas obras que entra para a história não apenas de quem trabalha nele, mas de quem tem o privilégio de vivê-la - mesmo que apenas da cadeira do teatro. E que teatro! Giselle está sendo encenada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O clima de fantasia já começa na entrada: não há como não se envolver no ilusório já nas escadarias do monumental templo das artes.

Antes do abrir das cortinas, a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro ensaia os primeiros acordes, e uma das dicas é ir até o espaço onde ficam os músicos, para admirar - mesmo que por pouco tempo - o trabalho desses artistas. Quando o vermelho das cortinas dá lugar ao palco, os bailarinos arrebatam o público. Completando 170 anos, o ballet Giselle tem 52 personagens, e é um incrível composto de dança e notas musicais. Perfeição: os pés dos bailarinos seguem a sequência exata tocada pela orquestra. Não se espante se você der pulos na cadeira: Giselle é empolgante! A cada salto, a cada nota dançada e tocada, a plateia demonstra admiração. A história - linda e trágica - ganha ainda mais peso na imaginação de um público recentemente tocado pelo filme Cisne Negro {impossível fugir da referência}. Apesar de as histórias não terem ligação direta, quem assiste conecta as duas obras, o que provoca ainda mais suspiros.




Um dos desafios ao assistir um ballet é o desvendar da história sem a presença da palavra dita ou cantada. Mas os bailarinos do Theatro Municipal cumprem bem a função de explicar a triste história da camponesa Giselle através de seus passos. E para isso o figurino e a cenografia são essenciais. O primeiro ato é mais história, com dança pontuada, e muitos personagens. Já no segundo o público se vê arrebatado por bailarinas clássicas, com vestimenta branca e flutuante, em um palco de efeitos e muito ballet dançado. Um delírio!

O intervalo é o momento ideal para conhecer as dependências do Theatro, tirar muitas fotos, e tomar um café no restaurante Assírius, que fica no subsolo.

Arte que marca a vida.

No Theatro.

Serviço:
BALLE GISELLE
Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Endereço: Praça Floriano s/n° – Centro, Rio de Janeiro/RJ.
Informações: {21} 2299-1711

Temporada: Estreia: 15 de abril, sexta-feira, às 20h
Dias 16, 19, 20 e 23 de abril às 20h
Dias 17, 21 e 24 de abril às 17h

Solistas:
Dias 15, 17, 19, 21 e 23/04
Claudia Mota (Giselle) e Robert Tewsley (Albrecht)
Dias 16, 20 e 24/04
Márcia Jaqueline (Giselle) e Filipe Moreira (Albrecht)

Ficha técnica:
Ballet Giselle
Ballet e Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Música: Adolphe Adam
Libreto: Théophile Gautier e Vernoy de Saint-Georges
Coreografia: Sir Peter Wright (segundo Perrot e Coralli)
Regência: Silvio Viegas
Bailarinos principais: Claudia Mota, Márcia Jaqueline, Filipe Moreira e Robert Tewsley (artista convidado)
Direção e mis-en-scène: Desmond Kelly
Cenários e figurinos: Peter Farmer
Diretor Artístico do Ballet do Theatro Municipal: Hélio Bejani

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